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O mundo virou de ponta-cabeça?

Algumas lições para aprender com O Enforcado

Por Thais Grootveld em Tarot

Publicado em: 11/08/2021 às 07:14

Modo claro

4 minutos de leitura

Considerada uma das figuras mais misteriosas do Tarot, nos ensina a dar tempo ao tempo.

Quando aparece O Enforcado numa tiragem, é comum notar uma apreensão por parte do consulente. Afinal, o que esta carta quer dizer? Qual o segredo desta misteriosa figura, de nome aparentemente hostil e semblante estranhamente sereno?

Numa primeira leitura, esta carta normalmente denota imobilidade diante de uma situação ou circunstância que nos causa profundo incômodo, além de uma aparente impotência para mudar as coisas de lugar, tornando-as mais afáveis.

No entanto, tal qual o mito de Odin, que ficou pendurado na Árvore do Mundo durante nove dias, esta aparente imobilidade o levou a conhecer todo o segredo das Runas. Apesar do doloroso sacrifício, seu resultado final o transformou em alguém mais sábio e capaz de compreender e adaptar-se a diferentes situações.

Ainda que comumente a palavra sacrifício venha em meio a uma atmosfera muito densa, devemos fazer o exercício de trazê-la à luz de seu significado para que possamos torná-la justa. Etimologicamente, sacrificar significa, tão somente, tornar sagrado. Assim, sacrificar algo significa nada mais do que abrir mão de algo em nome de uma escolha edificante para si.

Desta forma, uma aparente situação de vulnerabilidade pode ser capaz de revelar a você possibilidades até então desconhecidas. Muitas vezes, a própria insistência em consertar determinada situação por meios tradicionais é que acaba por nos colocar em maus lençóis. Como uma bússola quebrada, essa insistência desmedida e muitas vezes teimosa acabará por nos afastar de nosso propósito mais íntimo. Isso nos leva à primeira lição:

Agir sem agir

Todos nós - especialmente agora, num contexto inédito de pandemia - já nos encontramos atravessando problemas circunstanciais cuja resolução estava além do nosso alcance. Em alguns casos, ainda há o agravante de que o conhecimento que possuíamos até tal ponto revelou-se insuficiente para nos manter seguros. E então, o que fazer?

O Enforcado nos traz a reflexão de que, às vezes, o melhor é realmente não tomar nenhuma atitude de imediato: a melhor ação é esperar que o cenário se transforme um pouco e, enquanto isso, exercitar a observação, buscando, neste exercício, o máximo de detalhamento e honestidade diante das circunstâncias, o que nos direciona ao segundo ensinamento.

Esteja disposto(a) a enxergar o outro lado da questão

A inversão d'O Enforcado faz com que o nível dos seus olhos estejam onde antes ficavam seus pés. Por mais incômodo que isso possa causar - e de fato causa, simplesmente por vê-lo dependurado - é inevitável que ele enxergue os fatos por outro prisma, e só poderá sair dali quando naturalizar a existência de um outro ponto de vista.

Tal atividade, sendo forçada, não deixa escolhas a não ser passar por ela da maneira mais objetiva possível, para que este momento acabe logo. E é aí que reside o paradoxo desta carta: sem a possibilidade de ações concretas no mundo físico, é hora de investir a máxima potência em seu trabalho interno, observando-se e passando em revista suas crenças, valores e posturas diante do mundo. Este trabalho revela nossa terceira lição:

Você precisa silenciar para dar atenção às suas raízes profundas

Contemple a figura d’O Enforcado. Você provavelmente está com a cabeça para cima, enquanto que a imagem está de cabeça para baixo. Observe que ela forma, juntamente de seu corpo, o símbolo do Tao. Yin e Yang, luz e escuridão, caos e ordem, vida e morte – é pela união dos opostos que se complementam que podemos compreender a totalidade e a natureza das coisas.

Nesta posição, O Enforcado te serve de espelho para que contemple sua própria sombra. Qual aspecto de sua personalidade ou de seus valores você precisa compreender para abrir espaço para a transformação? O que você tem lutado para esconder? É hora de trazer isto à tona. Chegou a hora de encarar seu desafio de frente e livrar-se das amarras que mantém seus pés longe do chão.

A transformação é iminente 

A convalescença d'O Enforcado naturalmente não segue padrões e nem etapas. Um processo de reconhecimento leva seu tempo e tem seus próprios desafios. No entanto, ao compreender aquilo que deve ser modificado, as coisas fluem com maior naturalidade. E é neste ponto que transicionamos d'O Enforcado para A Morte: ao tomarmos consciência de nossa situação, estamos prontos para transformá-la e abrir mão daquilo que já não nos serve mais.

Portanto, a riqueza d'O Enforcado reside na capacidade não de retornar ao ponto inicial, mas de usar este aparente desequilíbrio como uma oportunidade de explorar o potencial de vida escondido dentro de cada um de nós.

É um hiato entre tempos e um elemento de profunda conexão entre o corpo, a mente e o mundo.

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