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Biorritmo: o que é e como usá-lo a seu favor

Ciclos importantes ao longo da vida

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14 minutos de leitura

Quer saber como essas informações podem afetar sua vida?

Já percebeu que, em alguns dias, você é uma pessoa mais produtiva e, em outros, a introspecção te domina? Por vezes, há mais conexão com sua espiritualidade e emoções, e, em outros momentos, há forte empenho em fazer atividades físicas. Estes são alguns dos ciclos pelos quais todos nós passamos ao longo da vida, e entendê-los pode ser um fator muito importante para se compreender e se respeitar. Assim, nasceu um novo estudo, que tem por objetivo analisar as diferenças de ritmos pessoais, chamado biorritmo.

O que é biorritmo e como surgiu

No final do século XIX, o médico alemão Wilhelm Fliess começou a pesquisar sobre o comportamento das pessoas a partir da teoria da periodicidade vital, ciclos de vida considerados essenciais. Este foi o mesmo período do surgimento da psicanálise, tendo Sigmund Freud (amigo pessoal do médico) e Carl Jung como seus precursores, que futuramente também contribuiriam para a pesquisa desses ritmos pessoais.

Com o biorritmo, tenta-se demonstrar ciclos que são gerados a partir da data de nascimento, o porquê muitas pessoas se sentem mais ativas em determinados períodos, os quais preferem trabalhar, estudar, meditar, criar e fazer atividades físicas, mas podem ficar menos predispostas a tais coisas em outros momentos.

Fliess tomou como base para seus estudos uma análise de vários pacientes, observando um ciclo físico de 23 dias, um ciclo emocional de 28 dias (que coincide com o ciclo da lua e da menstruação) e um ciclo intelectual de 33 dias como sendo ciclos primários, os mais relevantes e os quais todos estamos sujeitos. Nas mulheres, este período de 28 dias, embora trace um paralelo com a duração do ciclo menstrual, não tem a ver especificamente com as datas de ovulação em si, apesar de, em alguns casos, ocorrer essa coincidência.

Observa-se também na natureza uma frequente validação da dinâmica desses ciclos, seja no crescimento de plantas, no desabrochar das flores, no tempo de gestação e parto de diversos animais e em períodos de enfermidades, desde os primeiros sintomas até a cura total. O meio ambiente se vale constantemente dos ciclos de 23, 28 e 33 dias - e seus múltiplos.

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Tal estudo foi resgatado em grande profusão na década de 1970, sendo tema de livros e palestras, acabando por ser dividido entre ciclos primários e secundários. Ao longo do tempo, muitas pessoas afirmavam constatar na prática de seu cotidiano a influência dos ciclos, embora outras acreditassem que o estudo era apenas uma pseudociência.

Em geral, coube - e ainda cabe - a todos nós a responsabilidade da autoanálise de nossos próprios biorritmos, na tentativa de observar as alterações que possivelmente podem ocorrer no dia a dia durante a alternância dos ciclos.

Descubra como estão os seus ciclos no momento

Biorritmo e astrologia: alinhando as duas formas de autoconhecimento

O biorritmo é um bom adendo ao estudo da astrologia, do hermetismo e outros estudos esotéricos, servindo como um endosso paralelo aos trânsitos planetários que interagem com o nosso mapa astral, pois muitas "coincidências" podem ser percebidas à nível de uma possível sincronização dos ciclos, respaldadas pelas leis da correspondência e do ritmo.

Portanto, , acompanhar o horóscopo e também conhecer a existência de tais ciclos pode ser algo importante para que você possa se preservar e se conhecer melhor quando estiver em um período de baixa frequência em determinada área, evitando se expor a grandes riscos físicos ou emocionais. Quando ambos os estudos apontarem para determinada direção simultaneamente, aumentam as chances de concretização das tendências.

No caso do biorritmo, este pode nos dar pistas sobre nossas habilidades em um determinado momento, estando atrelados a coisas como força, imunidade, foco, acuidade mental, alterações de humor, intuição, abertura à espiritualidade, etc. e garantindo um maior potencial de sucesso em nossa jornada.

Biorritmo - features

Quando você consegue detectar e sincronizar sua percepção aos padrões, aumentam as chances de obter êxito sem que haja muito esforço na área em questão, evitando problemas ou falhas, assim como tendo uma maior estabilidade.

Geralmente, o ponto de maior atenção é o da linha de transição entre um período positivo para um negativo (crítico) - ou o contrário, na troca do espectro negativo para o positivo (semicrítico). A transição das frequências de cada ciclo pode ser bastante estressante, podendo até mesmo ter influência em acidentes, doenças ou comportamentos atípicos ao longo do curto período de mudança, que costuma se consumar em uma média de 48 horas nos ciclos primários, inspirando cuidados especiais da nossa parte nesses momentos, principalmente na troca entre um período positivo para o negativo do espectro.

Ainda sobre isso, um estudo interessante feito pela polícia metropolitana da cidade de Tóquio, no Japão, na década de 1970, descobriu através de uma série de estatísticas que 80% dos acidentes de trânsito estudados tinham mais facilidade de acontecer justamente na convergência de ciclos críticos que os motoristas estavam passando, e um outro estudo encontrou indícios de acidentes aéreos quando os pilotos estavam passando por este mesmo período.

Os ciclos do biorritmo

Assim como em outros estudos de influências naturais cíclicas às quais somos submetidos dentro das leis universais, como a astrologia, as percepções podem ser muito subjetivas, pois existem diversos fatores da personalidade e da vivência pessoal envolvidos que influenciam em cada pessoa.

Como citamos, essa periodicidade fixa tem como base os números 23, 28 e 33. O ciclo de 23 dias corresponde à nossa energia masculina / yang, o de 28 dias à nossa energia feminina / yin e o 33 ao nível intelectual, um tipo de integrador de ambos. Em todos nós, sejamos biologicamente homem ou mulher, existem estas duas energias em ritmos pulsantes, que oscilam como ondas contínuas ora crescendo e chegando ao seu auge, ora decrescendo e atingindo seu mínimo, em uma constante infinita ao longo da vida.

O chamado ciclo feminino (emocional) dura 14 dias em cada espectro, chegando a sua máxima influência aos 7 dias após o início, começando a diminuir-se num período de decréscimo que dura outros 14 dias para logo após retornar, completando então os 28 dias.;

O ciclo masculino (físico) dura 11 dias e meio em cada espectro, alcançando sua atividade máxima ao quinto dia, decrescendo então em direção ao período de baixa atividade e recarga que contempla outros 11 dias e meio, somando então os 23 dias necessários;

O ciclo intelectual dura 33 dias, onde durante 16 dias e meio no espectro positivo podemos ser dotados de um maior potencial de inteligência, ideias e compreensão das coisas, enquanto na outra metade do ciclo podemos estar em um modo de stand by mental, onde a troca de ideias flui com um ritmo mais lento.

Ou seja, cada ciclo pode trazer benefícios específicos que ajudam as pessoas a operarem de acordo com sua área de atuação na vida nestes 3 estágios, cada um com seu próprio tempo e detalhes:

Os períodos de alta

Quando os ciclos estão operando em um nível positivo do espectro, significam que a área está passando pela sua forma mais expansiva, quando estamos em nosso melhor momento de acordo com cada ciclo.

  • No ciclo físico, pode se observar uma maior resistência, energia e vitalidade, embora também certa propensão a comportamentos imprudentes devido a uma maior autoconfiança e necessidade de expansão de limites;
  • No ciclo emocional, nossas emoções podem estar mais visíveis e positivas, o humor em alta, o contato com os outros pode estar melhor e há mais empolgação e valorização de nosso lado sentimental, embora também estejamos suscetíveis a excessos e explosões emocionais;
  • No ciclo intelectual, significa valorizar a razão, o lado lógico e matemático, ter boas ideias, boa memória e mais capacidade de resolver problemas, porém, devido à ansiedade em extravasar todo esse potencial, podemos ficar mais entediados ou agoniados caso não haja espaço e oportunidade à curto prazo para canalizar tal energia.

Os períodos de baixa

Os dias onde os ciclos estão operando em nível negativo não são necessariamente ruins, mas apenas um indicativo de que o potencial de energia em determinada área está passando por uma fase menos expansiva, de valorização da recuperação e recarga, onde as características podem ser utilizadas de uma forma bem diferente de quando operam em um nível positivo, sendo o ideal descansar, refletir e operar em uma marcha mais lenta de acordo com cada ciclo.

  • No ciclo físico, é indicado dar valor ao descanso e a recuperação em vez de um gasto excessivo de energia, pois há uma maior propensão a problemas de imunidade e uma baixa da energia sexual;
  • No ciclo emocional, podemos estar mais introspectivos e menos festivos, preferindo ficar à sós, em silêncio ou com uma maior necessidade de recarregar nossa bateria emocional e social;
  • No ciclo intelectual, pode surgir certa dificuldade em se concentrar, se comunicar, tomar decisões assertivas ou resolver problemas que em outros momentos pareceriam mais fáceis e lógicos.

Inclusive, vale ressaltar que nem sempre um nível positivo do ciclo pode ser compatível com as nossas necessidades pontuais. Por exemplo, quando se está passando por uma alta do ciclo emocional se faz necessário usar muito mais a razão e ser uma pessoa mais fria diante de alguma situação de decisão ou pressão emocional pode não ser algo tão efetivo, sendo que justamente um momento mais introspectivo seria o ideal nesse caso.

Os dias críticos - ou de transição

Os momentos críticos dos ciclos são aqueles onde há um período de transição entre os níveis positivos e negativos, significando que um tipo de instabilidade, incerteza, comportamentos erráticos ou atípicos têm maiores chances de ocorrer e devemos ter atenção redobrada.

  • No ciclo físico, uma pessoa que geralmente é mais ativa pode se sentir um pouco mais cansada ou sentir que sua energia está intermitente, hora ativa demais, hora mais lenta, além de ter certa propensão a acidentes, problemas de saúde e relacionados à imunidade, onde doenças oportunistas costumam atacar se não houver cuidado;
  • No ciclo emocional, uma maior sensibilidade e instabilidade pode acontecer, onde aquela pessoa mais retraída e introspectiva pode estar num dia em que se sente mais desinibida, expansiva e de bom humor, assim como o contrário também é válido. Além disso, podemos eventualmente estar mais chateados e agirmos antes de pensar, portanto, confrontos devem ser evitados pois as coisas podem sair do controle;
  • No ciclo intelectual, o processo de comunicação e aprendizagem pode ficar comprometido, podendo gerar julgamentos equivocados, flutuações na capacidade de lembrar informações ou onde guardamos algo, nos sentir menos articulados e com dificuldades de expressão, além de uma possível falta de foco.

Analisando esta fase por uma ótica positiva, são aqueles dias onde as pessoas que têm um maior autocontrole conseguem aproveitar essa energia diferenciada para mudarem rumos em suas vidas, tirando atrasos, aproveitando oportunidades e fazendo a roda girar em algum departamento da vida. Por outro lado, pessoas que vivem mais no automático podem se sentir mais nervosas, erráticas e incontroláveis, sendo que a espontaneidade e inquietude podem dar às caras, principalmente nos ciclos físico e emocional. Além disso, em determinados momentos, mais de um ciclo pode estar passando pela fase de transição simultaneamente, pedindo um pouco mais de atenção e cuidado da nossa parte no processo.

Obviamente, se esconder ou fugir de tais dias não é o ideal, sobrando apenas a opção de desprendermos mais atenção e cuidado ao longo deste período para que quaisquer possíveis efeitos sejam minimizados e devidamente controlados. Uma boa dica para que a fase seja sempre mais fácil de lidar é cuidar bem de si ao longo dos outros ciclos, cuidando sempre da alimentação, dos exercícios físicos e mentais, do descanso e do equilíbrio pessoal, se conhecendo e estando sempre no controle de si mesm{x}.

Os ciclos primários

Os ciclos primários devem ter prioridade na análise, pois contemplam as principais características de sua vivência diária, fazendo parte do cerne do estudo do biorritmo. Uma curiosidade: o ciclo físico tende a ser associado ao nosso lado masculino, yang, ativo e ao lado esquerdo do cérebro, já o ciclo emocional ao nosso lado feminino, yin, reativo e ao lado direito do cérebro, e o ciclo intelectual como uma ponte entre os dois mundos, inclusive podendo ser combinado com ambos, gerando um potencial de maestria e sabedoria quando em seus momentos de sincronia dentro de uma fase positiva do espectro.

Físico: o ciclo físico está ligado ao seu potencial de força, resistência, imunidade, regeneração, disposição, vitalidade, determinação e ânimo.

Emocional: tem a ver com a sua sensibilidade, o nível de energia da sua psiquê, valorização do lado sentimental, potencial de empatia e cooperação, forma de se relacionar, intensidade emocional, sociabilidade, vivência familiar, excitação e humor.

Intelectual: demonstra o potencial de raciocínio, habilidade intelectual, maneira de pensar, capacidade analítica, interpretação lógica, matemática e de símbolos, foco, acuidade mental, perspicácia, aplicação da razão, imaginação, memória e dinâmica de aprendizagem.

Os ciclos secundários

Os ciclos secundários fazem parte da segunda onda do estudo de biorritmo na década de 1970 e funcionam melhor trabalhando em conjunto com os ciclos primários, principalmente com o emocional e intelectual, sendo um respaldo paralelo dessas tendências básicas.

Espiritual: lida com o potencial de abertura espiritual, paz, harmonia, reflexão, meditação, abertura à fé, religiosidade, oração e percepção de algo superior.

Perceptivo: potencial de consciência de si próprio no mundo, senso do presente e atenção ao ambiente.

Estético-Criativo: tem a ver com parte de sua habilidade criativa (junto com seu lado emocional), senso artístico, estético, apreciação da arte e beleza além do modo de auto expressão.

Intuitivo: poder de percepção inconsciente e instintiva, abertura a palpites, potencial de previsão e sintonia com seu sexto sentido. É uma energia bastante sutil, embora notável.

Tudo tem fluxo e refluxo...

O biorritmo pode ser encarado de forma análoga às leis herméticas da Polaridade e do Ritmo, onde esta última nos diz que o universo é regido por ciclos, em um movimento semelhante ao de um pêndulo em que tudo tem fluxo e refluxo: tudo que sobe, em algum momento desce - e vice-versa.

Desde a antiguidade, as sociedades sempre se organizaram a partir de ciclos: das estações do ano, do plantio e da colheita, de monarquias e reinos... ou seja, os ciclos estão presentes em tudo o que observamos, desde os movimentos planetários e o ciclo da vida, indo até o ciclo das chuvas, que molham o solo, servem de alimento para as plantas e delas evaporam.

Há ciclos diversos em nosso próprio organismo, como o ciclo menstrual, o circadiano (que gerencia nosso sono) e muitos outros, sujeitos a alterações fisiológicas que afetam o transcorrer da vida. O ritmo é a lei hermética que trata de todos estes ciclos, que podem ser vistos também em comportamentos da sociedade. O conservadorismo e o progressismo, por exemplo, historicamente se alternam em instâncias do poder. A repetição dos ciclos também pode ser expressada por meio de modismos que sempre retornam, como a volta constante de elementos da moda antes considerados ultrapassados.

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Quando este princípio hermético nos diz que tudo tem suas marés, ele também faz alusão a outro princípio, o da Correspondência, por meio do qual podemos enxergar o macrocosmo dentro de um microcosmo. E assim como as marés são influenciadas pela força gravitacional da Lua (que por sua vez é influenciada pelo ciclo da Terra, que gira em torno do Sol), nós também estamos sujeitos a seguir o fluxo de forças que nos cercam, como já estamos acostumados ao interagirmos com a astrologia.

Ou seja, ritmo nada mais é do que uma forma de compensação. Sem ele, o Todo fluiria de forma linear e viveríamos caminhando na direção de um único extremo de uma outra lei hermética, a da polaridade. Porém, o Todo está sempre em busca de equilíbrio e seu movimento pendular reflete essa busca pela compensação. Com isso surgem as oscilações, pois existem limites para cada extremo. Tudo oscila, e quando isto é compreendido, desenvolvemos o importante entendimento de que mesmo os momentos mais caóticos eventualmente terão seu fim.

Refletir sobre ciclos é refletir sobre a vida, o universo e tudo mais. Afinal, como disse Carl Jung: "em todo caos há um cosmos, em toda a desordem, uma ordem secreta".

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