Quiron na Astrologia

O asteroide Quíron e seu papel na Astrologia

Quíron é um asteroide localizado entre Urano e Saturno. De sua descoberta para cá, muitas especulações foram levantadas no escopo astrológico a respeito de suas influências, onde muitas análises dizem que sua configuração no mapa astral revela o que dói mais em cada um, como se tal influência nos guiasse através de uma jornada de sofrimento e libertação durante a vida, mas sempre mudando a percepção que temos sobre as coisas em uma reanálise constante que inspira aceitação e evolução.


A Astrologia estuda a relação entre o movimento cíclico de corpos celestes e do céu no ambiente celeste e as relações cíclicas dos eventos na Terra. Assim deste sua origem, zelou-se sempre por se obter as informações mais exatas possíveis das posições dos astros no Céu no passado e no futuro (mesmo entre os caldeus, o que levou ao aperfeiçoamento dos cálculos astronômicos) para que não se perdesse a relação com o mundo fenomênico ou natural.

Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Vênus... para quem gosta e se dedica ao estudo da Astrologia, a importância e influência destes astros em um Mapa Astral é mais do que clara. Desta forma, foram introduzidas também as posições de Urano, Netuno e Plutão em Astrologia com o passar dos séculos, fruto de observações originárias em Astrologia Coletiva passando posteriormente à Astrologia individual e as análises dos mapas natais.

Mas além destes, há uma parte da Astrologia que passou a estudar também outros corpos celestes, como os asteroides por exemplo.

A Descoberta de Quíron

Quíron - ou 2060 Quíron - é um corpo celeste menor no Sistema Solar mais externo e distante da Terra. Foi descoberto por Charles Kowal, em 1977, e originalmente foi classificado como um asteroide. Hoje, entende-se que ele possui características que mais se assemelham às de um cometa.

Quíron foi o primeiro corpo celeste encontrado na região do chamado "grupo dos centauros", localizada entre as órbitas de Saturno e Urano, dois astros gasosos gigantes. Desta forma, ele e os milhares de objetos que ficam nessa região têm perturbações gravitacionais constantes por conta de seus tamanhos e da instabilidade do local.

Pelos últimos cálculos, Quíron tem apenas 233 quilômetros de diâmetro. Observações feitas em 1993 também mostram a presença de uma calda cometária.

Quíron orbita

Características de Quíron como um corpo celeste

Quíron é considerado um planetesimal – nome dado a pequenos corpos que teriam surgido por meio da aglutinação de poeiras constituídas por diferentes minerais. Recentemente, adquiriu características semelhantes às de um cometa por conta de explosões em sua estrutura.

Além disso, sua órbita é muito excêntrica (assim como grande parte dos cometas) e sofre efeitos de Saturno quando passa perto deste astro.

Como é originário do cinturão de Kuiper – nome dado a um conjunto de asteroides situado um pouco além de Plutão – possui órbitas instáveis e é afetado pela gravidade dos astros maiores (em geral os gasosos).

Portanto, a previsão das suas órbitas para um futuro muito distante apresenta incertezas – é possível que ele mude radicalmente de posição e seja, inclusive, capturado por planetas gigantes, como Júpiter ou Saturno; colida com o Sol; ou ainda seja expulso do Sistema Solar em algum momento.

Quíron no espaço profundo

A dificuldade de precisão de movimento e a utilização de Quíron na Astrologia

Pelo tamanho de Quíron e considerando a região em que ele se encontra, é possível que o asteroide tenha sofrido perturbações capazes de terem modificado sua rota no passado – ou ainda que isso venha a ocorrer no futuro. Desta forma, não se pode ter muitas garantias de onde ele esteve ou estará.

Assim, não estamos tratando de um astro que conta com grande estabilidade orbital, o que dificulta seu estudo, em especial em Astrologia, pois não existem garantias extremamente precisas de que esteve em uma determinada posição específica nos séculos anteriores à sua descoberta.

Esse fator pode dificultar seu estudo como conjunções, por exemplo, em Astrologia Mundial, o que atrasa ao menos qualquer possibilidade neste sentido. Desta forma, é importante seguir o que a Astronomia e aquilo que pesquisadores de "astros menores", com altos níveis de caos orbital dizem. Sem isto, é como atirar em alvos móveis.

Em sua descoberta, Quíron parecia ser um novo e importante planeta ou astro do sistema solar. Com base nisso, algumas tabelas de efemérides astrológicas passaram a considerar as posições de Quíron.

Muitos astrólogos, no desejo de protagonismo ou ávidos por oportunidades editoriais, passaram a publicar Quíron nos signos, nas casas e em aspectos, porém, sem nenhum estudo prévio, apenas associando-o com a mitologia grega e criando algumas supostas analogias, usando-se meramente a imaginação como forma de abordagem.

Muitos viram no objeto uma curiosidade, outros um sinal para a solução da "cura" de si mesmo e do mundo. Passada a histeria inicial, descobriu-se que as posições não estavam tão corretas assim, o que inviabilizava ou tornava dúbios até os exercícios de imaginação.

Atualmente, a maior parte dos astrólogos não estuda Astronomia como os antigos e não está constantemente se atualizando neste sentido. Desta forma, ficou o dito pelo não dito, novas edições foram impressas e a "estória" se consolidou, difundindo-se em várias vertentes do meio astrológico ao longo do tempo.

Meninas brincando com Astrologia

De fato, é sedutor imaginar que um corpo celeste seja um indicador de cura de nossas feridas internas e físicas. Entretanto, se tem uma coisa válida que aprendemos com a mitologia e metáfora da Esfinge – a protetora dos mistérios –, é que nunca devemos nos deixar seduzir pela magia de seu mistério ou pelas fragilidades humanas a ponto de depositar cegamente nossa fé neste mesmo mistério, seja uma nova estrela, um novo objeto ou um novo ser que nos apresenta a solução mágica para nossas angústias mais profundas.

"Decifra-me ou devoro-te!" é o lema da esfinge.

Outro exemplo é Urano, que inicialmente foi considerado pela Astrologia como um astro capaz de trazer fraternidade e ajuda mútua, mas que se revelou como uma correspondência à rebeldia, à revolução e com um forte senso de individualidade.

Com Netuno a mesma coisa: inicialmente considerado o planeta dos mais profundos anseios e poderes espirituais, se revelou mais corretamente associado às nossas mais profundas angústias, neuroses, medos, ansiedades e fragilidades infantis – inclusa a obsessão, a mania e a cegueira relacionada a algum assunto.

Dito isto, ainda há muito a se estudar e investigar sobre a real relevância (ou não) e correspondência de Quíron na Astrologia. É possível que tudo que sabemos até aqui seja apenas um conhecimento superficial.

Mito de Quíron

Quíron carrega em seu significado astrológico contemporâneo a ideia de cura, baseada na mitologia grega. Quíron seria um centauro que esteve sob a tutela de Apolo, deus do Sol.

O deus grego o ensinou a ser metade homem, metade cavalo, coisas que ele só poderia aprender em várias existências. Assim, Quíron se tornou professor, médico, músico, filósofo... enfim, um verdadeiro sábio.

Certo dia, Quíron avistou outro centauro ferido por uma flecha envenenada. Ao tentar ajudá-lo, acabou se cortando e o veneno foi parar em suas veias.

A ironia é que Quíron usou todo o conhecimento que adquiriu de Apolo para curar o outro centauro, mas não conseguiu curar a si próprio. Para piorar, Apolo havia concedido a Quíron a imortalidade, ou seja, o pobre centauro sofreria pela eternidade por conta da ferida que nunca cicatrizaria e do veneno que corroía suas entranhas.

Para escapar desse sofrimento infindável, Quíron fez um pacto pela liberdade de Prometeu, que havia roubado o fogo da humanidade e por isso estava preso. Ele trocaria sua imortalidade para ver Prometeu livre outra vez. Assim, ele finalmente morreu e se tornou a constelação de Centauro.

Estátua do Centauro em Pompéia

Com isso, de acordo com astrólogos que usam os asteroides e psicologia associada à mitologia em suas análises, Quíron simboliza um tipo de "ferimento" no local onde está posicionado no Mapa Astral, assim como estimula talentos e habilidades para que a pessoa ajude os outros, mas que tenham uma certa dificuldade para curar as suas próprias feridas.

Neste tipo de abordagem, que nem sempre encontra respaldo entre a Astrologia culta de observações dos ciclos planetários naturais de repetição, Quíron pode ser considerado o seu "calcanhar de Aquiles", a área onde está exposta uma fragilidade e onde uma cura é necessária.

A capacidade de superação vem justamente quando você ajuda outro alguém a superar a mesma dor. À medida que presta ajuda aos outros, pode encontrar o caminho para curar suas questões.

Por exemplo, o indivíduo pode ser um grande professor, muito bom em ajudar e ensinar seus alunos, mas que não consegue ter noção da sua importância e nem ajudar a si mesmo com seus próprios ensinamentos. Ou seja, teoricamente, Quíron nos ajuda a enxergar e cuidar das necessidades dos outros, mas cria uma barreira para cuidarmos das feridas abertas que ele indica.

Prestar ajuda significa abrir caminho para curar nossos "ferimentos". Alguns dizem que, na realidade, Quiron nos faz curar aos outros a fim de alcançarmos nossa própria cura.

Por tudo isso, a posição de Quíron no Mapa Astral indicaria o campo onde a pessoa tem algum tipo de habilidade ou talento, mas não consegue utilizá-los para si, somente para ajudar os outros.

Quer saber como essas informações afetam a sua vida?

Riscos na utilização exclusiva de mitos

Em conhecimento, não nos cabe cercear o pensar. Entretanto, faz parte da dinâmica do aprendizado trazer pontos de vista que podem contribuir para que cada pensador possa perceber os riscos de uma afirmação ou modelo.

Interpretar Quíron – um asteroide descoberto em 1977 em meio a outros inúmeros corpos celestes similares no mesmo sistema e sem a confiabilidade de posição em muitos tempos – faz com que não se consiga saber com certeza se este corpo esteve realmente onde estamos afirmando que ele esteve. Assim, essa interpretação pode se mostrar tecnicamente inconclusiva.

Ainda neste contexto, associar o efeito do astro exclusivamente à mitologia também é um risco, já que não existe apenas uma estória sobre Quíron e ela é fruto dos movimentos das tribos e culturas vindas de várias regiões na Grécia antiga.

Outro risco é o de se associar algo meramente ao nome. Existe um erro de lógica grande neste sentido, portanto, se o adotarmos, há de se ter esta ressalva em explicar este "sentido lógico" tirado de nosso imaginário.

Desta forma, é importante não aceitar tudo que se escreve a este respeito sem entender estes conceitos básicos, assim como possuir o mínimo de senso crítico e de lógica sobre o tema.

Quíron, dentre outros assuntos dentro da Astrologia contemporânea, é algo que pede muito mais calma e reflexão do que verdades absolutas.

Recomendações para utilização de novos objetos de estudo em Astrologia

Aproveitando o contexto de Quíron, nesta parte, vamos estender o assunto para outros pontos sensíveis em Astrologia ou especificamente em um Mapa Astral, como asteroides, pontos matemáticos ou outros que não estejam totalmente atrelados aos sinais naturais, cinemática, repetição e memória.

Isso porque, antes de se utilizar análises e orientações astrológicas, é muito importante nos certificamos de alguns pontos:

  1. Se o objeto celeste está perfeitamente definido em termos de movimento e cinemática;
  2. Se está se levando em consideração a Física e Astronomia no contexto astrológico;
  3. Estabelecer uma metodologia de pesquisa para o objeto, que exclua demais objetos já estudados, isolando seu efeito;
  4. Observar sistematicamente sua relação com os efeitos em pessoas, culturas e tempos diferentes (séculos ou milênios de preferência);
  5. Verificar se o efeito se dá em toda parte do planeta na relação Signo-Sinal celeste e terrestre;
  6. Ler outros pesquisadores com senso crítico, fazendo as leituras descritivas, analíticas, críticas técnicas, levantando objeções, contrapontos e virtudes das conclusões, averiguando o senso lógico e os modelos utilizados para se verificar o novo objeto. Em outras palavras, averiguar a presença do zelo com o saber, a ingenuidade, o despreparo ou até mesmo o oportunismo presentes na forma de como o autor ou autores se colocam. Isto é básico em qualquer metodologia do trabalho científico;
  7. Verificar se os princípios defendidos não ferem princípios de outras áreas para termos objeções mais complexas na averiguação transdisciplinar;
  8. Resistir à curiosidade de logo descobrir a interpretação, entendendo que não estamos no controle deste processo e é com o tempo que se observa a funcionalidade ou não dele;
  9. Vencer o desejo da imortalidade editorial e ao protagonismo pessoais, em nome do conhecimento e do esforço feito pelos pensadores antes de nós de dignificar um olhar e um saber.

Os critérios acima podem indicar um certo zelo ou cuidado ao se produzir e disseminar modelos e conteúdos de uma forma geral.

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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024 | 14h58
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