Como ler tarot para os outros?

Muitas pessoas começam a jogar tarot em busca de respostas para suas próprias questões. Mas, depois de um tempo, passam a querer aprender como ler tarot para os outros.

Se você tem um baralho de tarot há algum tempo e já começou a abrir as cartas na sua casa, seja para familiares, seja para amigos, você pode, sim, começar a ler tarot para outras pessoas.

E mais: com o tempo, você pode se profissionalizar como tarólogo e até ganhar dinheiro oferecendo as suas leituras às pessoas. Você já parou para pensar sobre isso?

Eu sou taróloga há 11 anos e comecei minha jornada ao acaso, após uma fase confusa na faculdade. Nessa época, iniciei um período de profundo aprendizado e autoconhecimento por meio de livros, terapias, conversas com pessoas experientes e claro, leituras do tarot.

Como vivia em um emaranhado de incertezas e porquês, as minhas dúvidas foram combustíveis para ler as cartas diariamente. Depois de alguns anos eu me senti segura para começar a trabalhar como taróloga, o que jamais poderia imaginar no início.

O que aprendi na prática, com muitos erros, tentativas e suor, quero compartilhar para você encurtar esse processo e começar logo as suas leituras, com leveza e segurança.

Venha comigo que vou te mostrar como ler Tarot para outras pessoas!

Como ler tarot para os outros?

Se você quer aprender como ler tarot para outras pessoas, a primeira coisa que precisa ter em mente é que o Tarot é uma prática simbólica e milenar que ganhou força através dos séculos, como um guia oracular. Ou seja, o tarot é uma resposta transcendental a quem o procura.

As cartas funcionam como um "espelho da alma", ou seja, algo que fala diretamente ao inconsciente. O inconsciente, aliás, possui uma relação com o tempo e espaço diferente do nosso consciente e, por isso, é capaz de enxergar além dos horizontes da razão. Quer um exemplo?

Quase todo mundo já experimentou sonhar ou intuir sobre o futuro, ou teve uma premonição. Enquanto a linguagem do consciente compõe-se de palavras, o inconsciente fala por imagens ou símbolos muitas vezes obscuros, confusos.

É aí que entra o tarot e sua leitura!

Se você quer saber como ler tarot para outras pessoas, precisa compreender que elas chegarão até você perdidas e ansiosas por receber uma luz, uma orientação. Seu papel é ajudá-las a decifrar os símbolos que estão embaralhados por emoções ou problemas.

É uma responsabilidade muito grande que você terá em mãos: a pessoa poderá mudar o rumo da própria história por meio da sua interpretação, então é importante ficar atento a algumas regrinhas. A seguir, vou explicar quais são elas.

Os 5 princípios do Tarot

Durante os meus anos como taróloga, eu desenvolvi cinco princípios básicos para quem quer saber como ler tarot para os outros, baseados em diversas literaturas, principalmente dos três principais tarólogos contemporâneos: Aleister Crowley, Veet Pramad e Alejandro Jodorowsky. Veja quais são!

1. O Princípio da Responsabilidade

“O que realmente importa ao ajudar o homem é ajudá-lo a ajudar-se; é fazê-lo agente de sua própria recuperação, é colocá-lo numa postura consciente diante de seus problemas.” Paulo Freire

Para o Tarot, somos senhores e criadores do futuro. O destino nada mais é do que responsabilidade acumulada a longo prazo. Portanto, se você quer boas mudanças, terá de fazer boas escolhas.

As escolhas e para onde elas podem te levar dependem somente de você. Você é o seu capitão, condutor e guia!

É a partir de atitudes práticas, vindas da vontade e autonomia em decidir, que mudamos nossa direção e, consequentemente, nosso futuro. Assim, a capacidade de transformar a vida (dependendo da ação, transformar várias vidas), é diretamente proporcional à consciência, vontade e atitude.

Nesse sentido, o Tarot é uma ferramenta para despertar a consciência e ajudar as pessoas a colocar a mão na massa. As cartas, portanto, servem de apoio para que a pessoa consiga assumir sua responsabilidade, enxergando as potencialidades e limitações ao buscar o controle de uma determinada situação.

Considerando tudo o que foi dito até aqui, no momento em que você for ler tarot para outra pessoa, busque deixar a responsabilidade de quem está fazendo a consulta bem aguçada. Faça com que a pessoa entenda a importância disso e 50% de sua leitura já terá um sucesso garantido.

2. O Princípio da Liberdade

“À noite, pedi a um velho sábio que me contasse todos os segredos do universo.
Ele murmurou lentamente em meu ouvido:
– Isto não se pode dizer, isto se aprende.”
Poesia Sufi

Liberdade e responsabilidade caminham juntas. O Tarot nos estimula a enxergar determinada situação e desperta para a vontade de mudar. Também ajuda a enfrentar os medos e dificuldades que impedem de resolver os problemas.

Quando usamos a liberdade para assumir as nossas culpas, percebemos que, na verdade, não há culpa e nem culpados. Assim, nos libertamos de fardos e falsas crenças. Tomamos consciência de que tudo o que acontece, para bom ou para ruim, é uma oportunidade de enriquecimento pessoal e profundos aprendizados.

Claro que há fatos imutáveis, como o lugar e as circunstâncias que nascemos, por exemplo, mas podemos mudar a forma de ver e de lidar com tudo.

O Tarot Terapêutico estimula e "dá uma forcinha" para que possamos alcançar o nosso maior potencial. Mas é importante saber que tudo isso depende da nossa liberdade de ação. Caminhar para nossa liberdade é o movimento que nos levará até ela, e isso só pode ser realizado individualmente.

3. O Princípio da Dualidade

“Tudo é relativo, salvo o infinito.”
Duque de Lévis

Nada é verdade absoluta. No Tarot, não é possível opinar, doutrinar e formar opinião.

Diante desse princípio, a realidade difere em tempo e espaço, é exponencial. Ou seja, sempre vamos lidar com diversas causas que tomam forma de bem e mal para nós mesmos, diante do parâmetro pessoal de interpretação.

No Tarot, podemos ajudar uma pessoa a enfrentar e enxergar melhor seus próprios padrões de bem e mal, bonito e feio, mas nunca poderemos apontar uma verdade como sendo única e irrevogável.

Uma sessão de Tarot, em determinados aspectos, não é muito diferente de uma sessão com um profissional de Saúde. Se estamos com um problema que está nos deixando doentes, procuramos a cura e, de preferência, tentamos sanar a causa.

O tarólogo encaminha a pessoa, por meio de conselhos, a melhorar hábitos, aperfeiçoar talentos, fazer exercícios, dormir melhor, observar as expectativas pessoais e, acima de tudo, a buscar o autoconhecimento, com as qualidades e limitações.

Posso dizer então, que uma consulta de Tarot Terapêutico é um serviço à saúde integral.

Vale lembrar que a ética e o sigilo fazem parte desse princípio. Um tarólogo que quer ajudar as pessoas a sanar seus problemas mas quebra essas regras está desrespeitando o consulente e, com isso, está fadado ao fracasso.

4. O Princípio da Resistência

“Desejo eu aos que me interessam o sofrimento, a solidão, a enfermidade, as perseguições, o opróbrio.
Desejo que conheçam o profundo menosprezo de si próprios, o tormento da sua desconfian­ça, a angústia da derrota.
E não os lastimo, pois que lhes desejo a coisa única capaz de demonstrar se valem ou não: a resistência!”
Friedrich Nietzsche

Você sabe qual é o principal obstáculo para atingir a realização em qualquer aspecto da vida? Nós mesmos! De modo geral, somos resistentes em mudar nossas crenças, pensamentos limitantes, vícios e comportamentos tóxicos.

A resistência pode ser a principal barreira diante de um problema, e ela fará com que sempre tenhamos os mesmos problemas, sem resolvê-los. As cartas de tarot mostram como desbloquear padrões, resgatar a segurança e assim, podemos partir naturalmente para a ação.

A resistência aliada à perseverança será uma alavanca para superar dificuldades e por fim, criará uma resistência positiva, que é a força. Em outras palavras, podemos criar “elasticidade psicológica”, resiliência e abertura para mudanças. Isso é saudável e faz parte do amadurecimento.

Ao ler tarot para outras pessoas, cabe a você apontar métodos construtivos para quem busca por consulta consiga trilhar o caminho de recuperação e encontrar dentro dos recursos psíquicos a força de que precisa para alcançar metas desejadas.

5. O Princípio da Felicidade

“A felicidade e a fortuna são questões de escolha e não de sorte.” Osho

Todos nós temos o direito de sermos felizes e adotarmos um estilo de vida completamente satisfatório, com alegria, amor, afeto e segurança. Ninguém consegue alcançar esse estado de plenitude isolando-se, sem poder contar com alguém.

No Tarot, enfatizamos a qualidade e a raridade das relações. Deixamos claro que, para se relacionar bem com alguém, a pessoa primeiramente precisa estar bem consigo mesma. Ela precisa cultivar todos os dias o amor próprio, o autocuidado, o perdão e o otimismo.

É papel do tarólogo aconselhar amorosamente as pessoas, e acima de tudo, ajudar a entender melhor a dinâmica das relações - sejam elas, íntimas, amorosas, de trabalho ou familiares.

Relacionamento também é sinônimo de liberdade mútua, concordância e harmonia. É necessário escolher e deixar ser escolhido, deixar e permitir ser deixado, trazer para perto e também desapegar, sem dores, mágoas ou ressentimentos.

No meu cotidiano como taróloga, procuro trabalhar aspectos de relacionamento e ofereço apoio em momentos de aflição, mas, sobretudo, enfatizo que vivenciar qualquer situação dolorosa ou feliz, com sentimentos “bons” ou “ruins”, é uma questão de escolha e aceitação: ninguém é feliz controlando tudo.

Estes são os princípios para quem quer saber como ler tarot para os outros. Se você seguir esses cinco passos, será um excelente tarólogo, pois conseguirá entregar mensagens de qualidade aos seus consulentes.

Se ficou alguma dúvida técnica, não hesite em me procurar, ou até mesmo acessar o outro post que tira dúvidas na hora de jogar as cartas.

Também tenho um curso de tarot terapêutico que você poderá aprofundar os conhecimentos e saber exatamente como ler o tarot para os outros.

Não esqueça de praticar muito!

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