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Os Planetas Retrógrados

Entenda o que são Planetas Retrógrados e outros conceitos importantes para a Astrologia

Por Astrolink em Astrologia básica

Modo claro

16 minutos de leitura

Se você gosta de Astrologia, provavelmente já ouviu falar sobre Planetas Retrógrados. Mercúrio, aliás, é o exemplo mais famoso e popular. Afinal, quem nunca viu o termo Mercúrio Retrógrado associado a um período amedrontador e sensível, em que todas as coisas dão errado?

Entretanto, as coisas não são bem assim. O conceito de retrogradação deriva da astronomia e tem reflexos na Astrologia. Ao estudar mais profundamente o assunto, é possível perceber que existem algumas pontas soltas em determinadas abordagens, bem como uma exacerbação desnecessária do assunto.

O intuito deste artigo é explicar de forma mais detalhada o tema Planetas Retrógrados na Astrologia. Neste texto, você vai entender o que é retrogradação, a importância do local de observação dos astros, conceitos de movimento na esfera celeste e outros tópicos importantes sobre o assunto.

Boa leitura!

O que é retrogradação?

Na astronomia, existe um conceito chamado retrogradação, que se refere à percepção de que o percurso orbital de um astro está, de alguma forma, alterado.

Funciona assim: quem observa o astro no céu a partir da terra, tem a sensação de que ele se move de maneira diferente em determinados períodos. Seus ciclos parecem modificados, mais lentos ou mesmo dando a impressão de o planeta estar "andando para trás".

Contudo, a retrogradação é uma ilusão - nenhum planeta altera seu ciclo de movimento orbital em torno do Sol!

Essa ilusão é fabricada a partir do ponto de vista de nossa observação na Terra. Aqui, é importante lembrar que cada planeta orbita o Sol em uma velocidade diferente - é essa diversidade que cria a ilusão de um movimento retrógrado. Assim, a compreensão do lugar de onde se observa é a coisa mais importante neste assunto.

Mercúrio retrógrado

Definindo o local de observação dos astros

Para a astronomia - e também para a Astrologia -, o local de observação dos astros tem imensa relevância para os estudos dos movimentos. É importante saber que não existe um lugar privilegiado ou um centro absoluto no espaço. Assim, a definição deste lugar passa sempre por uma escolha, que deve ser feita de acordo com a finalidade de cada estudo.

Heliocentrismo

É uma forma de colocar o centro de observação no Sol, o corpo de maior massa do sistema solar. Neste modelo cinemático (uma das áreas da mecânica que descreve movimentos que estão acontecendo), ajustamos a posição do observador à mecânica celeste e à dinâmica das forças gravitacionais, importantes para se entender o movimento.

No heliocentrismo, entende-se que os planetas do sistema solar gravitam no mesmo sentido. Pelos princípios de mecânica, eles não tem como parar em suas órbitas (estacionarem) ou retrogradarem (inverterem seus movimentos) de forma espontânea. Assim, conservam seus estados de movimento até que algo possa acontecer.

Assim, Mercúrio, bem como qualquer outro planeta, não estaciona nem fica retrógrado, pois é visto a partir do Sol e gira ao redor dele.

Geocentrismo

É o sistema de percepção utilizado na Astrologia. Do ponto de vista cinemático, ele está correto, pois em sistemas de referências, o ponto de observação pode ser definido pelo observador.

Vale pontuar que na cinemática não nos ocupamos das causas dos movimentos (sua dinâmica), nos atemos apenas à descrição dos movimentos, que são vistos a partir de um observador.

Um exemplo fácil de entendermos isto é nossa experiência em uma praia. Vemos o Sol nascer do Sol do lado do leste. Depois, acompanhamos seu movimento de ascensão (para a maior parte das latitudes da Terra) até atingir sua altura máxima (meio-dia astronômico). Na sequência, observamos seu movimento na direção do horizonte, culminando com seu poente ou ocaso.

Nesta situação, podemos ter a sensação de que uma força empurra o Sol para cima e para baixo, de que ele fica alto ou baixo, perto ou longe. Porém, de fato, o Sol não fica mais perto ou mais longe durante o dia. Tampouco existe uma força aplicada no Sol que o faz subir e descer diariamente.

Apesar de tudo isto não passar de cinemática provocada pela rotação da Terra, a percepção do movimento é memorizada como tal e os efeitos do Sol ao meio-dia são diferentes dos efeitos que ele provoca ao nascer e ao se por.

As espécies e o meio ambiente na Terra, definitivamente, não se importam com o que de fato está acontecendo em termos físicos ou com quem está ou não se movimentando. As conchas do mar respondem às marés e as gaivotas põem-se a pescar por conta da luminosidade solar, que lhes mostra onde os cardumes se encontram.

São os relógios biológicos que orientam a migração das espécies e o comportamento de plantas em seus ciclos de carbono, bem como os GPS´s que conduzem sistemas de navegação ou satélites. Mas, de fato, todos trabalham geocentricamente.

Pássaros voando no por do sol

Aqui, é importante entender que é óbvio que a Terra não está no centro gravitacional do sistema solar. Porém, o sistema geocêntrico está longe de estar ultrapassado, pois ainda é funcional e é utilizado todos os dias por todos os tipos de espécies pela por meio da ação dos relógios biológicos.

É com base nessa premissa que a Astrologia utiliza a cidade e dados geocêntricos das posições dos astros para avaliar a relação de uma pessoa em relação ao ambiente em que ela vive ou aos ambientes cósmicos que a envolvem. Nada diferente das coordenadas enviadas a um telescópio na superfície da Terra.

Outra premissa importante que pauta as avaliações astrológicas é a de que o homem evoluiu naturalmente de outras espécies - utiliza ciclos circadianos orientados pela luz, por exemplo - e com isto possui a presença das 'bioinformações' gravadas em sua genética, todas do ponto de vista geocêntrico.

Desta forma, o estudo de uma pessoa e sua relação o seu entorno deve levar em consideração uma ótica geolocalizada no sujeito e, obviamente, esta só poderá ser geocêntrica.

Por fim, é importante entender que sob a ótica geocêntrica os movimentos dos corpos celestes ficam um pouco diferentes. Assim, é necessário considerar os movimentos conjugados da Terra no espaço e também os demais corpos. Portanto, é natural que os movimentos se tornem aparentemente caóticos, sendo que na verdade são estáveis e regulares.

Alguns astros parecem fazer movimentos de ir e vir, enquanto outros aparentemente se movem sempre na mesma direção. Podemos afirmar que cada relação ou pares de astros observados possui uma forma singular de se comportar no céu local.

Quer saber como essas informações podem afetar sua vida?

Em algum outro lugar no Universo....

No futuro, é possível que o geocentrismo não seja mais o único ator relevante desta grande peça cósmica. Se um dia formos a Marte ou colonizarmos a Lua, por exemplo, é possível que cientistas e pesquisadores estabeleçam um centro "martocêntrico" ou "lunocêntrico". A partir destes destes locais, os movimentos serão diferentes dos vistos da Terra.

Em Marte, por exemplo, a Terra poderá ser vista de forma retrógrada em seu movimento cinemático, pois de fato este centro de observação pode estar em qualquer lugar no Universo.

Imagem que representa a Terra vista de Marte

A retrogradação de Mercúrio, por exemplo, ocorre com mais frequência do que qualquer outro planeta próximo. Porém, planetas exteriores (ou seja, mais distantes) parecem retrogradar mais frequentemente do que Mercúrio.

Mercúrio nunca está há mais do que 28 graus do Sol. Quando ele atinge a sua distância mais afastada da estrela, parece mudar de direção.

Vênus e Marte estão retrógrados aproximadamente de 7 a 10% do tempo. Já Júpiter e Plutão ficam retrógrados durante longos períodos do ano.

Conceitos de movimento na esfera celeste em Astrologia

Agora que você entendeu um pouco mais sobre a importância da definição de um lugar para a observação dos astros, chegou a vez de entender os conceitos de movimento na esfera celeste em Astrologia.

Movimento direto

Na Astrologia, é considerado movimento direto aquele que ocorre no mesmo sentido em que o do Sol na esfera celeste. O movimento direto faz com que suas longitudes zodiacais ou eclípticas só aumentem. Por exemplo: se hoje o Sol está há 10 graus de longitude de Áries, no dia seguinte estará há 11 graus de Áries, e assim por diante. Com o tempo, ele passará de Áries para Touro, depois para Gêmeos e daí sucessivamente.

Os astros estudados na Astrologia 'andam' a maior parte do tempo no sentido direto. Por isso, a maioria das pessoas têm mais astros neste sentido em seus mapas natais.

Movimento retrógrado

Dá-se o nome de retrógrado o movimento contrário ao direto. É quando os astros se movem perdendo longitude celeste e se deslocam em direção contrária à dos signos do Zodíaco e à do Sol aparente ou cinemático.

O movimento retrógrado é bem menos frequente que o movimento direto. Por isso, a maioria das pessoas tem muito menos Planetas Retrógrados em seus mapas.

Astro estacionário

Acontece quando o tempo passa, mas o astro não ganha nem perde longitude eclíptica. Neste sentido, ele parece estar estacionado na esfera celeste.

Acontece raramente como fenômeno celeste e é uma breve transição dos movimentos direto-retrógrado — ou retrógrado-direto. Assim, são raros os casos de astros estacionários em mapas natais.

A questão estelar

Já as estrelas, por estarem fora do sistema solar e há enormes distâncias da Terra, parecem não se mover. Para se ter uma ideia, a estrela mais próxima da Terra, a Alpha Centauri, está há 4.4 anos luz de distância (lembrando que cada ano luz tem 9,46 trilhões de quilômetros)!

Planetas retrógrados: pessoa observando as estrelas

Durante muito tempo, atribuiu-se a elas o termo "Estrelas Fixas". Para estudiosos antigos, como Eudóxo e Aristóteles - e durante muitos séculos seguintes -, imaginou-se que as estrelas estavam presas na abóbada celeste. Desta forma, entendia-se que elas se movem todas aparentemente juntas. Hiparco, astrônomo grego, inclusive, evidenciou este ciclode movimento constante de aproximadamente 25.800 anos pela esfera celeste, que ficou conhecido como Precessão dos Equinócios.

A precessão implica em um movimento direto das estrelas em relação às suas longitudes ou ascensões retas. Este ciclo é provocado por um dos movimentos da Terra de mudança de orientação de seu eixo em relação à esfera celeste, descrevendo um cone imaginário no céu de aproximadamente 25.800 anos por onde os polos se deslocam.

Porém, o fato é que as estrelas possuem seus próprios movimentos - não estão presas a nenhuma esfera fixa como se pensava. Por isto, se movimentam com o passar de milhares ou milhões de anos de maneira muito particular.

A rotação constante da Terra, entretanto, de oeste para leste, faz com que as estrelas se movam no sentido contrário: elas nascem no leste e se põem no oeste para a maioria dos locais do mundo.

Acima dos círculos polares, entretanto, as estrelas permanecem eternamente acima ou abaixo do horizonte. Elas nem nascem, nem se põem: circundam um eixo que é conhecido como 'polos celestes'. Assim, seus movimentos são estáveis e sempre no mesmo sentido.

Em relação ao Zodíaco, o movimento das estrelas é de zero graus zero minutos 50,29 segundos de arco por ano — ou aproximadamente 1 grau a cada 72 anos.

Em resumo:

  • Estrelas se deslocam esmagadoramente no sentido direto em relação ao Zodíaco de signos astrológicos, em curtos intervalos de tempo cósmico por conta do movimento de precessão da Terra. Fazem o mesmo sentido de movimento do Sol cinemático na esfera celeste;
  • Estrelas se deslocam sempre no mesmo sentido durante o dia por causa da rotação da Terra.

O Zodíaco se move somente no sentido retrógrado!

Por conta do mesmo movimento da precessão, o início do Zodíaco - ou seja, o ponto vernal ou "zero graus de Áries" - , se desloca na direção contrária ao movimento direto. Vem daí o nome precessão, que significa preceder, antecipar este ponto a cada ano. Assim, ele é constantemente retrógrado em relação ao centro da galáxia.

Zodíaco com o Sol ao centro e sobreposta por planetas

Ou seja:

  • O ponto vernal está sempre retrógrado;
  • O Zodíaco astrológico está sempre retrógrado em relação ao espaço profundo.

Movimento do Sol

O movimento do Sol na esfera celeste é dado pelo movimento da Terra. Assim, se a Terra parar de se deslocar no espaço, o movimento do Sol se modificaria drasticamente. O movimento do Sol pelo Zodíaco astrológico durante um ano é o espelho do movimento real da Terra em torno do Sol.

Por uma questão de lógica, como a Terra não estaciona, não para no espaço e não se move trás, ou seja, retrograda naturalmente, o movimento do Sol não sofre alteração e vai sempre no mesmo sentido.

Movimento da Lua

O movimento da Lua em torno da Terra é observado de forma natural. As forças gravitacionais aplicadas na Lua fazem com que ela se desloque desta forma. A Lua, é claro, se movimenta em torno da Terra.

Também por uma questão de lógica, do ponto de vista geocêntrico, só se pode observar o movimento dinâmico ou mecânico-físico da Lua de forma constante e no mesmo sentido e, coincidentemente, ela vai no mesmo sentido do Sol aparente. Assim, a Lua nunca estaciona ou retrograda.

Em resumo:

  • O Sol e a a Lua sempre sempre estão em movimento DIRETO em relação ao Zodíaco.

Entenda os planetas retrógrados

Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (astros externos)

A Astrologia estuda também os corpos celestes que estão em órbitas mais distantes no sistema solar - eles são chamados de externos ou exteriores por conta dessa distância. Suas características orbitais os fazem ter períodos de revolução e distâncias médias ao Sol maiores que as da Terra.

Pela ação combinada da Terra com o movimento dos astros externos, a projeção de suas posições no campo do fundo das estrelas ou no Zodíaco astrológico combina movimentos diretos, retrógrados e, em breves instantes, estacionários.

Suas posições cinemáticas, portanto, variam de acordo com esta combinação de movimentos entre dois astros: a Terra e o astro externo.

Em geral, quando o astro externo está em conjunção com o Sol ou próximo dele, sob a óptica geocêntrica, ele obrigatoriamente assume o mesmo sentido do Sol - sempre em movimento direto. 

Quando está em oposição, ou próximo desta posição, ele ficará obrigatoriamente retrógrado.

Um fato muito relevante é que Marte, Júpiter e Saturno são astros visíveis a olho nu e de fácil observação no céu. Por conta da oposição ao Sol, quando ficam retrógrados, estes astros ficam muito brilhantes — isso acontece porque seus discos são completamente iluminados (como vemos nas luas cheias). Na antiguidade, essa mudança de característica costumava chamar muito a atenção e representava grandes e importantes marcadores celestes.

Existe, portanto, uma relação entre a oposição, a retrogradação e aumento de brilho destes astros enquanto sinais naturais associados.

Aqui, é importante entender o conceito de revolução sinódica, que é um termo usado na astronomia para descrever o período em que um corpo celeste, como um astro ou a Lua, retorna à mesma posição em relação a outro corpo celeste, geralmente o Sol e a Terra.

Em outras palavras, é o tempo necessário para que um corpo celeste complete uma órbita aparente ao redor de outro corpo, considerando a posição relativa de um terceiro corpo, seu ciclo.

Em resumo:

  • Astros externos possuem tempos de retrogradação sempre inferiores ao tempo de seus movimentos diretos;
  • Os tempos naturais de retrogradações tendem a ser mais baixos em razão das distâncias médias destes astros à Terra;
  • Tais astros podem ter seus movimentos estacionados por apenas um ou poucos dias na transição ou troca de movimentos.

Mercúrio e Vênus (astros internos)

Mercúrio e Vênus, por sua vez, também possuem movimentos que combinam sua própria rotação e a da Terra. Eles são classificados astros internos por conta de suas características orbitais intrínsecas. Seus semieixos de órbitas relativos ao Sol são menores que os da Terra e, assim, estão mais próximos do Sol — fator que torna seus períodos orbitais menores.

Conjunção Superior e cinemática DIRETA

Na combinação de movimentos, há determinados momentos em que Mercúrio ou Vênus se alinham ao Sol do ponto de vista da Terra - eles podem estar posicionados depois do Sol ou em seu apogeu (longe da Terra). Nestas condições, Mercúrio ou Vênus sempre estão no sentido direto em relação ao Sol aparente, ou seja, em movimento direto no Zodíaco.

Planetas retrógrados: imagem do Sol, Mercúrio e Vênus

Conjunção Inferior e cinemática RETRÓGRADA

Também há momentos em que Mercúrio ou Vênus se alinham ao Sol do ponto de vista da Terra, desta vez em seu Perigeu (proximidade da Terra). Quando isto ocorre, há uma conjunção inferior destes astros com o Sol. Nesta condição, Mercúrio ou Vênus estão obrigatoriamente retrógrados.

Em resumo:

  • Astros internos possuem pouco tempo em movimento de retrogradação;
  • Há uma relação direta entre as conjunções inferiores e a retrogradação;
  • Vênus, de todos os astros estudados em Astrologia, é o que menos retrograda.

Métodos de Direções em Astrologia

A Astrologia conta também com técnicas de predição sofisticadas, chamadas de direções primárias ou secundárias.  São métodos astronômicos que consistem em movimentar o céu em torno do instante do nascimento por horas ou por dias.

Em seus dois movimentos cinemáticos, se estudam os movimentos de promissores, astronomicamente falando, para os dias posteriores (DIRETO) e no sentido contrário (RETRÓGRADO) chamados respectivamente de:

Direto e Converso | Progredido e Pré-Natal.

Grandes astrônomos, matemáticos e astrólogos como Ptolomeo de Alexandria, Regiomontanus, Plácidus de Titius e Morin de Villefranche utilizaram métodos de direções com movimentos nos dois sentidos no Zodíaco.

Em resumo:

  • Métodos de direções utilizam mais de dois mil anos de movimentos diretos ou contrários em relação aos signos do Zodíaco.

Uma questão de bom senso

Os tópicos acima são uma explicação bem sucinta do que são Planetas Retrógrados na Astronomia e na Astrologia, à parte de uma dinâmica de interpretações astrológicas, seja em uma análise de Astrologia mundial ou em interpretações psicológicas do efeito dos astros nos seres humanos.

Quer saber mais sobre o assunto? Convidamos você a ler o artigo "reflexões importantes sobre planetas retrógrados na Astrologia" como um complemento necessário.

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terça-feira, 19 de março de 2024 | 02:05